Novembro Azul, mês de prevenção ao Câncer de Próstata
Dia 17/11 é o dia mundial de combate ao câncer de próstata. Esta data deu origem ao movimento Novembro Azul, que teve sua origem no ano de 2003, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para as doenças que atingem a população masculina.
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Na minha tese de Doutorado realizei uma pesquisa com sujeitos que tinham câncer de próstata e um dos conceitos que estudei foi o de masculinidade hegemônica, que é uma forma culturalmente idealizada do caráter masculino, o qual deve ser, segundo este discurso, viril e forte. Porém, isto se tem tornado um problema para as questões de saúde do homem, pois, muitos não se cuidam, para não demonstrarem “fragilidade”.
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Esse discurso, ou seja, este conjunto de regras históricas que recebem o status de “verdade” leva muitos homens a não quererem realizar, por exemplo, o exame de toque retal, o qual detecta a presença do câncer de próstata. Neste contexto, constroem-se modos de subjetivação masculina as quais receia os cuidados com a saúde.
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Diante disso, em prol da saúde, deve-se repensar o que é naturalizado, problematizando-o. Problematizar é provocar uma ruptura com aquilo que pensamos, é questionar o jogo de regras, questionando como se formou, é questionar o que é normativo, é ter uma posição crítica diante daquilo que se tornou natural, é interrogar o que se fala e quem fala.
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Esse texto foi praticamente uma tese, perdão! Mas, espero ter favorecido para uma reflexão. Sabe-se, por exemplo, que essa ideia do homem forte é um discurso usado para embasar a ideia de dominação masculina sobre o feminino, as relações de poder. Porém, onde há poder, há resistência. O poder possibilita diversos tipos de conduta e liberdade. Então, que tal, homem, questionar como anda seu autocuidado e participar da campanha Novembro Azul? Viva as masculinidades!!
Dra. Fernanda Lima – Psicóloga – CRP: 02/14105
@psi_fernandalima