A campanha do “Agosto Dourado” visa promover ações de conscientização e incentivo ao aleitamento materno. É indiscutível a importância do leite materno para a dupla mãe-bebê e a recomendação da OMS é de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade da criança. Apesar disso, no Brasil, o tempo da amamentação fica em torno de 2 meses, apenas.

O aleitamento materno não é tão simples, instintivo ou natural como alguns pensam. Claro que é uma tarefa de amor e dedicação, mas também pode existir frustração, culpa, além de muita dor (não só física, como também emocional).

Dificuldades não faltam, ainda mais quando a mulher não pode contar com ajuda efetiva. Ter uma rede de apoio é fundamental para que a mulher consiga condições favoráveis para amamentar.

Em algumas situações, realmente o aleitamento materno não será possível (por questões de saúde da própria mulher e/ou do bebê). Mas, felizmente, nem por isso o vínculo entre a mãe e o bebê será prejudicado, é um erro reduzir a ligação afetiva entre ambos apenas a um fator. Contudo, na maioria das vezes, o desmame precoce ocorre por outras razões: desinformação, falta de suporte familiar, falta de ajuda profissional qualificada, pressão externa e palpites inadequados, ausência de licença-maternidade etc.

Ou seja, a responsabilidade não é (e nunca foi) só da mulher, mas de toda a sociedade. Enquanto não mudarmos essa estrutura, fica dificil esperar que os números e parametros do aleitamento materno melhorem.

Por menos romantização e por mais ação!

Por: Dra Kelly Prado
Psiquiatra