Uma característica marcante da ansiedade é que ela rouba toda a nossa atenção. Ficamos totalmente focados nos pensamentos que atordoam ou em sintomas físicos como taquicardia, mãos geladas, desconforto gastrointestinal etc.
Um método de relativa eficácia para combater tal sofrimento consiste em forçar a atenção para o que é inócuo e está no ambiente externo ao corpo. A ansiedade, que naturalmente draga nossas forças, tenta vencer essa concorrência, mas vale a pena forçar a atenção naquilo que é incompatível com a ansiedade. Se a ansiedade puxa a atenção para dentro, nós forçamos a atenção para fora dela. Assim, quando estamos ansiosos, vale a pena passar 5 a 10 exaustivos minutos descrevendo, para nós mesmos, coisas singelas do ambiente em que estamos: detalhes do design de mesas, tecidos de sofás e cortinas, características de prédios e casas vistos pela janela, quadros na parede, lombadas de livros, quaisquer sons que possamos ouvir etc. Assim, devemos dirigir a atenção para virtualmente todo e qualquer aspecto do ambiente.
Um porém é que o ambiente não pode ser justamente aquilo que dispara a ansiedade. Seria assustador, por exemplo, que alguém com medo de avião se dedicasse a descrever a cabine. Mas mesmo aqui se pode prestar atenção a fotos de revistas ou repetir mentalmente letras de músicas escutadas ao fone de ouvido.