A Realidade Virtual é uma técnica avançada de interface na qual o usuário pode realizar imersão, isto é, a sensação de estar dentro do ambiente, como também a interação e envolvimento com este mundo tridimensional.
Os sistemas de RV podem ser imersivos ou não imersivos. A RV imersiva ,onde há um isolamento do mundo exterior, é baseada no uso de dispositivos visuais como os capacetes e/ou visores, e de salas de projeção, e luvas, rastreadores e mouse 3D. Já a RV não imersiva, baseia-se no uso de monitores e o usuário é transportado, parcialmente, para o mundo virtual. Estas aplicações tecnológicas abrangem imagens em 3D apresentadas por monitores e óculos estereoscópicos polarizados, que permitem a visualização destas imagens a um custo menor que os sistemas de realidade virtual imersiva.
A RV tem sido aplicada na psicoterapia em diversos tipos de transtornos, por meio da técnica da exposição. Os estudos em Exposição à Realidade Virtual (ERV) têm demonstrado eficácia nos tratamentos de transtornos fóbico-ansiosos, como fobia social; fobias específicas, fobia de voo, fobia de altura, fobia de aranha; transtorno de pânico com ou sem agorafobia e estresse pós-traumático, entre outros.
Os preceitos da técnica de exposição são que ela deve ser gradual, repetida e prolongada, iniciar-se das cenas que causam menos desconforto em direção às que causam mais desconforto, cujo objetivo final é que o paciente enfrente todos os itens da hierarquia com significativa redução da ansiedade e do desconforto. Esta técnica pode ser feita ao vivo ou na imaginação.
É importante ressaltar que a exposição tem algumas limitações. Uma delas é a importância de verificar a viabilidade da situação que será enfrentada na exposição ao vivo, pois algumas dessas situações podem ter um tempo muito curto de exposição, impossibilitando a habituação. Por exemplo, assinar um cheque. Outra limitação é, ao contrário de muitas das outras fobias, a imprevisibilidade das situações sociais e de desempenho. Além disso, a esquiva do paciente das situações sociais pode ser determinada pela falta de habilidades sociais, dificultando seu engajamento na exposição ao vivo. A dificuldade de visualização na exposição na imaginação também pode ser outra limitação. A exposição ao vivo apresenta um tempo de exposição muito curto, o que torna difícil a habituação. Com a exposição à realidade virtual, esta limitação não se dá, podendo as cenas serem repetidas um grande número de vezes, facilitando, assim, a habituação. A exposição à realidade virtual (ERV) tem preenchido estas lacunas e tem sido uma grande aliada no tratamento destes transtornos.
Escrito por: Cristiane Maluhy Gebara